Ministério da Saúde - Publicação do Ministério inclui os benefícios e funções da doula na assistência ao parto
O Ministério da Saúde adverte:
Doulas fazem bem à sua saúde
Parto, Aborto e Puerpério - Assistência Humanizada à Mulher (Livro do Ministério da Saúde - 2001 - páginas 64 a 67)
Atribuições da acompanhante treinada
A
acompanhante treinada, além do apoio emocional, deve fornecer
informações a parturiente sobre todo o desenrolar do trabalho de parto e
parto, intervenções e procedimentos necessários, para que a mulher
possa participar de fato das decisões acerca das condutas a serem
tomadas durante este período.
Durante o trabaho de parto e parto, a acompanhante:
- Orienta a mulher a assumir a posição que mais lhe agrade durante as contrações:
- Favorece a manutenção de um ambiente tranqüilo e acolhedor, com silêncio e privacidade;
- Auxilia na utilização de técnicas respiratórias, massagens e banhos mornos;
- Orienta a mulher sobre métodos para alívio da dor que podem ser utilizados, se necessários;
- Estimula a participação do marido ou companheiro em todo o processo;
- Apoia e orienta a mulher durante todo o período expulsivo, incluindo a
possibilidade da liberdade de escolha quanto à posição a ser adotada.
Apoio durante o Parto - Publicação da Organização Mundial da Saúde que explica a importância do apoio contínuo à parturiente
Apoio durante o Parto
(Publicação da Organização Mundial da Saúde)
MATERNIDADE SEGURA
Assistência ao Parto Normal: um guia prático
Item 2.5 - Apoio durante o Parto
Relatos
e estudos controlados randomizados sobre o apoio por uma única pessoa
durante o parto, uma "doula", parteira ou enfermeira, mostraram que o
apoio físico e empático contíno durante o trabalho de parto apresentava
muitos benefícios, incluindo um trabalho de parto mais curto, um volume
significativamente menor de medicações e analgesia epidural, menos
escores de Apgar abaixo de 7 e menos partos operatórios (Klaus et al
1986, Hodnett e Osborn 1989, Hemminki et al 1990, Horfmeyr et al 1991).
Este
documento identifica uma "doula" como uma prestadora de serviços que
recebeu um treinamento básico sobre parto e que está familiarizada com
uma ampla variedade de procedimentos de assistência. Fornece apoio
emocional, consistindo de elogios, reafirmação, medidas para aumentar o
conforto materno, contato físico, como friccionar as costas da
parturiente e segurar suas mãos, explicações sobre o que está
acontecendo durante o trabalho de parto e uma presença amiga constante.
Entretanto,
o apoio reconfortante constante de uma pessoa envolvida diminuiu
significativamente a ansiedade e a sensação de ter tido um parto
difícil, numa avaliação feita por puérperas 24 horas após o parto.
Também teve um efeito positivo sobre o número de mulhres que continuavam
a amamentar 6 semanas após o parto.
Uma parturiente deve ser
acompanhada pelas pessoas em quem confia e com quem se sinta à vontade
seu parceiro, sua melhor amiga, uma doula ou uma enfermeira-parteira. Em
alguns países em desenvolvimento, esta lista também poderia incluir a
parteira leiga. Em geral, serão pessoas que conheceu durante sua
gestação.
Os profissionais que prestam assistência obstétrica
devem estar familiarizados tanto com suas tarefas médicas quanto com as
de apoio, e ser capazes de realizar ambas com competência e delicadeza.
Uma das tarefas de apio do prestador de serviços é dar à mulher todas as
informações e explicações que esta deseje e necessite. A privacidade da
mulher no ambiente de parto deve ser respeitada. Uma parturiente
necessita seu próprio quarto, onde o número de prestadores de serviço
deve ser limitado ao mínimo essencial.
Entretanto, na vida real
com freqüência as circunstâncias são consideravelmente diferentes da
situação ideal acima descrita. Em países desenvolvidos, muitas vezes as
parturientes sentem-se isoladas nas salas de parto de grandes hospitais,
cercadas por equipamentos técnicos e sem um apoio amigo por parte dos
prestadores de serviços.
Em países em desenvolvimento, alguns
hospitais de grande porte estão tão assoberbados por partos de baixo
risco que é impossível fornecer apoio pessoal e privacidade. Os partos
domiciliares em países em desenvolvimento freqüentemente são atendidos
por pessoal sem treinamento ou com treinamento insuficiente. Nessas
circunstâncias, o apoio à parturiente é deficiente ou mesmo ausente,
pois um número significativo de mulheres dá à luz sem nenhum tipo de
parteiro.
As implicações destas declarações em relação ao local
do parto e ao fornecimento de apoio podem ser muito grandes, porque elas
sugerem que os prestadores de assistência obstétrica devem trabalhar
numa escala muito mais reduzida. Deve-se fornecer assistência
especializada na comunidade onde a mulher mora ou num local próximo, em
vez de concentrar todas as parturientes numa grande unidade obstétrica.
Unidades
de grande porte que realizam 50 a 60 partos por dia deveriam
reestruturar seus serviços, a fim de poderem responder às necessidades
específicas das parturientes. Os prestadores de serviços precisariam
reorganizar os turnos de trabalho, a fim de satisfazer às necessidades
de continuidade de assistência e apoio das parturientes. Isto também tem
implicações de custo, e portanto torna-se uma questão política. Tanto
países desenvolvidos quanto em desenvolvimento devem abordar e resolver
essas questões, cada um de seu modo.
Em conclusão, o parto
normal, desde que de baixo risco, necessita apenas observação cuidadosa
por um parteiro treniado e competente, a fim de detectar sinais precoces
de complicações. Não necessita intervenção, e sim estímulo, apoio e
carinho. Podem-se elaborar diretrizes gerais sobre o que é necessário
para proteger e estimular o parto normal.
Entretanto, cada país
disposto a investir nesses serviços deve adaptar essas diretrizes à sua
situação específica e às necessidades das parturientes, assim como
assegurar a presença dos elementos básicos, a fim de atender
adequadamente as gestantes de baixo, médio e alto risco e aquelas que
desenvolverem complicações.
Fonte:
Impresso e distribuído pelo Ministério da Saúde, 1996 Relatório de um Grupo Técnico Organização Mundial da Saúde Unidade de Maternidade Segura, Saúde Reprodutiva e da Família
Parto, Aborto e Puerpério - Assistência Humanizada à Mulher (Livro do Ministério da Saúde - 2001 - páginas 64 a 67) |
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